domingo, 1 de abril de 2012

Uma Cena da Celebração de Ramos


CENA DE MARIA MADALENA

Maria, que vida a Tua. Quando disseste: ‘Faça-se’, pensavas que seria assim? Penso que não. Mas penso que se soubesses também o terias dito. Não há muitas palavras perante Ti, esta semana. Uma mãe exausta. A dor atravessada de ver um filho destroçado. E continuas ali. Ao pé da cruz. Esperando…

Maria é a mulher do sábado santo, capaz de esperar em silêncio. Capaz de manter a esperança nesse tempo intermédio, entre a noite escura e o amanhecer radiante…. De Maria não ouvimos grandes palavras. Nem discursos. Nem elaboradas profecias. Apenas sabemos que esteve ali. Sempre. E, assim, fala-nos de algo que é vital: o aceitar tudo, a firmeza, o silêncio fértil, a força, a fé na promessa do que ainda há-de vir.


Madalena… o teu coração destroçado. Tu que, no final, não te escondes, digam o que disserem. Tu que, vendo Jesus maltrapilho, vives com Jesus esse momento.  Porque  O amas. Porque, com Ele, viveste o perdão. A dignidade profunda. Com Ele, compartilhaste a vida, os Seus dias de caminho, o Seu projecto do Reino.

Fala-se muito de Maria Madalena. Nela cabem tantas Marias do Evangelho: as que choram aos pés de Jesus, as que são perdoadas, as que encontram a vida. Ela sentiu cada ferimento de Jesus como seu e, perante a cruz, viu-se morrer um pouco. É a que, no momento mais escuro, do fracasso e da dor, continua disposta a dar a cara e a defender aquilo em que acredita. Talvez por isso, é a primeira a descobrir Jesus vivo!

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